quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

DISTÂNCIA

Há certo tempo
tento furtar sua imagem
no papel canson
Não sei desenhar
procuro no mapa estendido sobre a mesa
o local que acolhe seu destino
cartas cartográficas
linhas infinitas
pergunto-me porque a saudade consome
por que nos diminuímos
e se agiganta a figura implacável do outro
e admiro seus gestos mais simples
e admiro suas feições mais comuns,
A chuva costumeira é a mesma
trazendo frio ,fazendo lama
envolta em edredão na planície da cama
que para sempre espera-te.
Imagino-te perdida na tempestade do chuveiro
afastando o nevoeiro do espelho,
absorta em sua nudez.
Não apazigua-me as mensagens
não contenta-me os recados
deparo-me com seu retrato
estendido ao criado mudo
sorrindo-me por um segundo.




Júlio Costa 2008

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