Esta é a ultima vez
Que vou delinear as
montanhas da memóriaPara lembrar de ti
A cerca de coisas que já se perderam na latitude do mar dos seus cabelos
Que são como arvores que despencam suas flores ao cantar dos ventos.
Esta é a ultima vez
Que vou pedir para chuva
que reprisesua canção cantada na cabeleira suave das copas
e que dessa vez eu entenda os versos
claramente solfejados em meus ouvidos
como gotas que trabalham prazerosamente a tornarem-se estalactites.
Não vou apanhar o brilho
que mandastes qual estrela ébria
Para que esta me guie na
sublimação do teu ser que esperoComo um viajante que guardou todas as curvas de um caminho
Num velho surrão descansado a tira colo
E na parte mais alta da montanha deixou-os partir
Agarrando-se nas brumas que seguiam rumo ao céu.
E quando não tiveres mais
Nenhum outro pássaro
cantando em tua janelaAquela cantiga comprida do dia
Será meu riso um canto entristecido
Que te fará anunciar aos que outrora me aviltavam
Que ainda sei arrancar o éco sonora
Das raízes tabulares de grandes árvores
E dele eu fiz minha canção recheada de silêncios.