quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

LIRA DOS VENTOS




A LIRA DOS VENTOS

Quando o amor encontrou
Minha face no chão
Resgatou-me, ergueu-me
Como um redemoinho
Levando um papel.

E eu ainda sem forças
Escorei-me nas encostas dos morros
E deixei que a chuva escorresse entre meus dedos
Como uma grande árvore que faz sua própria intempérie.

E a claridade da manhã me fez ver
Quão diferentes tons verdes cobriam o cabelo das matas

Quando a amor encontrou
Minha face no chão
Arrastou-me, jogou-me
Como uma enxurrada
No fim de estação...

Eu pude caminhar sobre as águas
E ver-te ninfa entre ninfeáceas
Brancas como arredondados seixos
Amarelas como broas de pétalas
E vermelhas como céu da tarde.

E das costas do outeiro
Pendurei-me nas bordas do arco-íris
E voei como voa  um cuitelinho
Só para sentires
Mesmo que tardiamente o
No ruflar de minhas asas.
A cantiga cantada da lira dos ventos.














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