domingo, 8 de abril de 2012

um chão no caminho

Um chão no caminho
Que só pode
Por via das duvidas ser pisado
Então passes!
Tens a força do vento
E és bem melhor que a perícia dos galhos
Que se sincronizam e cantam
Em face da ação desse mesmo vento.



Deixe que as estrelas indiquem o caminho
Além do cruzeiro do sul
Enquanto uma garça branca cruza o céu
Enquanto os piralampos cintilam luzes verdes nos pastos
E aranha d água ensaia um balé na superfície entre miasmas
Enquanto ao raios claream o céu em abstratos traços.



Deixe que eu te encontre na vazão da maré
E arranque do meu peito todas essas inconstâncias
Para que eu pare de me indagar
Porque mesmo tão distante
Mesmo além mar
Teus cabelos continuam esvoaçantes entre galhos
E entre folhas e flores de ipê descansadas ao chão.



Deixe tocar a musica da dor uníssona
Acorde todas os contrafortes das serras
Todas as pedras que calçam as trilhas
Avise-os que estão voltando
Não tenho mais a valentia de outrora
Mas conservo a alegria das tardes surradas de rubro
Onde o sol se punha vagarosamente passeando
sobre o penteado das árvores altas e  quietas.


Julio Cesar da Costa




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